"DÉCIMO TERCEIRO foi contemplado em 1981 com o Prêmio Virgílio Várzea do Concurso Estadual de Contos da Fundação Catarinense de Cultura. São quinze narrativas curtas de prosa surpreendente e cortante, nas quais a imaginação e o humor se exercitam, não na invenção de situações de puro entretenimento, mas na ironia feroz que o autor extrai de um cotidiano quase sempre absurdo e dramático".
Com sua visão de cineasta, Rogério Sganzerla (1946-2004), saudoso amigo, depois de ler o livro, identificou que alguns dos contos (Aquela Moça do Calendário de Amortecedores, Coleta de Material, A Eterna Virgindade de Do Carmo, Décimo Terceiro e Independência ou Morte) eram o "fio da meada" do enredo de um filme. Assim, em 1987, depois de centenas de horas de muito bate papo, escrevemos a primeira versão do roteiro de A MOÇA DO CALENDÁRIO.
O roteiro foi inscrito num edital para curtas, mas a seletiva foi interrompida e os originais ficaram adormecidos em minhas gavetas até que, no início de 2015, contatei Helena Ignez e os passei a ela. Apesar de ter conhecimento da elaboração do texto desde 1987, Helena não tinha o roteiro em mãos. Encantada com a história, Helena passou a se dedicar ao roteiro original, ampliando-o e adaptando-o para convertê-lo em um longa-metragem. A versão final foi concluída após oito meses de "obsessivo" trabalho.
A MOÇA DO CALENDÁRIO, dirigido por Helena Ignez, estará nos cinemas em 2018 e, como ela declarou à Folha de São Paulo, "É uma joia experimental do melhor cinema, com toda a ironia do Rogério".
(Luis Antonio Martins Mendes, Rio de Janeiro, 2017)