Nossa única certeza na vida é que um dia iremos morrer. Talvez por não saber quando e nem como, esse acontecimento se torna uma inquietação durante a nossa existência. E para onde nosso espírito vai se direcionar nesse momento pode nos revelar que nem sempre nossas verdades correspondem à lei do universo.
Uma vez participei de um exercício de vivência exotérica, em relação às duas passagens: o nascimento e a morte. Percebi que quando nascemos, viemos para um mundo em que os encarnados não nos conhecem, e que uma jornada se inicia para construir as relações. Ou seja, respiramos, num primeiro momento, no desconhecido e imprevisível lugar. Já na morte, a passagem me mostrou que retornamos para um ambiente familiar, onde muitos espíritos conhecidos nos aguardam, e conhecem o nosso íntimo e estão ali para nos receber com todo amor e segurança. Era mais uma jornada que terminara. Senti mais alegria na minha morte, do que no meu nascimento.
Sei que é uma experiência pessoal e que cada ser fará a sua expiação de acordo com o seu mérito, mas até hoje sinto outra sensação pela morte, que me liberta do medo.
A perda do meu pai abalou demais nossas estruturas emocionais, e a necessidade de continuarmos sem ele, nos fez aprender a buscar respostas para tanta dor.
Um dia, minha irmã Regina falou: “- Talvez o papai tenha ido mais cedo para aprender antes de nós, e para quando chegar a nossa hora poder nos ajudar”. Essa frase foi um bálsamo em meu coração e mostrava toda a certeza e confiança da proteção que nosso pai sempre nos passou. Ali estava a resposta. Hoje compreendo que existem planos de existências muito próximos da Terra e que meu pai não está tão distante assim e, que estamos aprendendo juntos. O amor continua o mesmo, e lá estará nosso pai no momento de nossa ascensão, para o reencontro.
Regina, minha irmã, sempre teve uma espiritualidade muito aflorada, transitando em planos diferentes da existência. Percebeu muito cedo que o que muitos acham que é o fim, é simplesmente um estágio na jornada do espírito. Nesta obra, ela abre o seu coração e relata momentos da nossa família. Momentos esses que mostram todo o sentimento e as considerações que envolvem a passagem, ou para quem preferir, morte, de um ente querido.
Espero que a leitura deste livro desperte em você, leitor, a reflexão e renovação sobre esta temática, vida e morte, e a certeza que Deus nos acompanha em todos os caminhos.
Com muito carinho,
Ana Lúcia de Souza Valente