Sabe-se que o arco e flecha não tem uma origem moderna. Segundo pesquisas arqueológicas, é fato que sua gênese remonta ao homem neanderthal e está associada à caça e à proteção, com função bélica, uma arma de guerra, que se adaptou ao longo do tempo. Com o advento da pólvora, sobretudo, sua prática foi caindo em desuso até o ponto de não ser mais necessária para a sobrevivência humana. No entanto, o esporte ainda é procurado por povos de múltiplas culturas, não somente por reavivar raízes superantigas, mas principalmente por oferecer benefícios físicos e mentais.
O arqueirismo é uma excelente alternativa de esporte para quem busca estar bem com o corpo e a mente. Quanto maior o foco no alvo, maior é a capacidade de esvaziar a mente. Hoje, no Brasil, o arco e flecha é procurado por quem quer desenvolver o foco, concentração, equilíbrio, autoconfiança e treinar a mente, além de trabalhar um conjunto de habilidades motoras nos membros superiores. O esporte evita o estresse e a distração.
O “acertar na mosca” pode levar a um melhor conhecimento de si mesmo e à superação dos próprios limites.
O latino-americano é um povo que tem a fama de ter as emoções à flor da pele e, em razão disso, ouve-se falar que para eles pode ser mais difícil ter o autocontrole das emoções, a ponto de competir com os europeus, na categoria do arco e flecha, por exemplo. No entanto, recentemente, um adolescente brasileiro, de nome Marcus Vinícius D'Almeida, conseguiu uma medalha de prata histórica nos Jogos da Juventude, em Nanquim. O garoto de 16 anos projetou o Brasil no cenário do tiro ao alvo mundial e alcançou o 9º lugar no ranking internacional em sua categoria. Isso prova que a mente pode ser exercitada, assim como a memória e a concentração podem ser executadas até serem incorporadas. A mente pode e deve ser trabalhada com o intuito de melhorar a própria performance.
Mas ainda falta muito para o Brasil atingir um nível razoável de competitividade em relação a outros países de tradição com o arco e flecha. O maior contraponto para que ocorra uma ascensão olímpica é a pouca divulgação e a falta de incentivo à modalidade. Além de que, para a população brasileira, de uma maneira geral, o arco e flecha é considerado um esporte caro, que demanda espaço e boa condição financeira do praticante. Só para ter uma ideia, o investimento inicial para quem está interessado em começar é, em média, de mil reais, correspondente ao custo aproximado de um arco de boa qualidade.